Relembre os três títulos do Flamengo na Copa do Brasil
Relembre os três títulos do Flamengo na Copa do Brasil
O Flamengo ainda não tem data prevista para estrear na Copa do Brasil, já que entra apenas nas oitavas de final e a competição ainda está na quarta fase. No entanto, a expectativa já é grande. Neste ano, o Mengão vai em busca do quarto título do segundo torneio nacional mais importante.
O rubro-negro tem uma história rica na Copa do Brasil, tendo chegado à decisão em 7 oportunidades (ficando atrás apenas de Grêmio e Cruzeiro neste quesito), além de outras seis presenças na semifinal. É o segundo clube que mais esteve entre os quatro primeiros do torneio, sendo superado somente pelo Grêmio.
Enquanto a disputa deste ano não começa, é hora de relembrar as três primeiras conquistas do Mengão na Copa, sendo uma em cada década. Confira!
1990 – Título invicto
A segunda edição da Copa do Brasil foi disputada em 1990, e o Fla garantiu presença por ter sido vice-campeão estadual em 1989. No ano anterior, o time comandado por Telê Santana chegou à semifinal da competição, mas acabou eliminado de forma melancólica para o Grêmio, perdendo por 6 a 1 no antigo Estádio Olímpico.
Em 1990, o técnico era outro: Jair Pereira. Dentro de campo, a experiência de nomes como Júnior, Renato Gaúcho, Bobô e os saudosos Zé Carlos e Gaúcho complementavam a juventude de Djalminha, Marcelinho Carioca, Nélio, Marquinhos e outros.
A campanha começou contra o modesto Capelense, de Alagoas, com duas goleadas: 5 a 1 e 4 a 0. Depois veio o Taguatinga, do Distrito Federal, com uma vitória por 2 a 0 na Gávea e empate por 1 a 1 na capital do país.
O primeiro clube de expressão enfrentado pelo Flamengo foi o Bahia, nas quartas-de-final. O tricolor baiano havia eliminado o Botafogo nas oitavas e chegou com bastante moral, mas o Mengão teve os reforços de Renato e Zé Carlos, que estavam com a seleção na Copa do Mundo da Itália. Após empate por 1 a 1 na ida, Ailton marcou em Juiz de Fora e o Flamengo venceu por 1 a 0.
O adversário da semifinal foi outro nordestino, o Náutico, do artilheiro Bizu (sete gols no torneio). Jogando no Maracanã, o rubro-negro amassou os pernambucanos por 3 a 0, gols de Bobô, Gaúcho e Rogério. Na volta, no Estádio dos Aflitos, um empate por 2 a 2 garantiu a vaga na decisão.
Na final inédita, o Flamengo teve pela frente o Goiás, que deixou os mineiros Atlético e Cruzeiro pelo caminho. O esmeraldino contava com alguns nomes conhecidos, como Lira, Wilson Goiano e um certo Túlio Maravilha.
Por uma incompatibilidade de datas, o jogo de ida teve de ser transferido do Maracanã para o Estádio Municipal de Juiz de Fora, no dia 1º de novembro. Apesar de algumas estrelas em campo, o herói improvável foi o zagueiro Fernando, que aproveitou cruzamento de Djalminha em cobrança de falta e cabeceou sem chances para o goleiro: 1 a 0. Fernando acabaria a partida expulso e ficou fora do jogo de volta.
Na semana seguinte, no Serra Dourada lotado com mais de 45 mil torcedores, Flamengo e Goiás jogaram debaixo de muita chuva. O time da casa pressionou muito, mas Zé Carlos fechou o gol e garantiu o empate por 0 a 0, suficiente para dar ao Flamengo o título invicto da Copa do Brasil.
O time que entrou em campo no jogo decisivo foi: Zé Carlos; Aílton, Vitor Hugo, Rogério e Piá; Uidemar, Júnior e Bobô (Nélio); Renato Gaúcho, Zinho e Gaúcho (Marquinhos). Técnico: Jair Pereira. Nomes como Djalminha, Marcelinho e Nélio acabaram não jogando a final, mas foram importantes na conquista. Não é à toa que o time campeão da Copa do Brasil foi a base do Flamengo campeão carioca de 1991 e brasileiro de 1992.
2006 – Clássico na decisão
O Flamengo vivia um período muito turbulento em 2006. No ano anterior, uma pífia campanha no Campeonato Brasileiro (com direito a uma goleada de 6 a 1 sofrida para o São Paulo, no Rio) culminou com o 14º lugar, muito próximo da zona do rebaixamento.
No estadual, mais sofrimento: o Fla fez uma de suas piores campanhas na história do torneio, terminando em penúltimo na classificação geral. Apesar da turbulência, o clube conseguiu avançar nas primeiras fases da Copa do Brasil. Ainda sob comando do saudoso Valdir Espinosa, a estreia foi contra o ASA, com empate por 1 a 1 em Arapiraca. Na volta, um sofrido 2 a 1 garantiu a vaga na segunda fase. O técnico já era outro: Waldemar Lemos – sim, aquele.
Na fase seguinte, veio o ABC de Natal, com duas vitórias (1 a 0 e 4 a 0). Nas oitavas, o adversário foi o Guarani, e uma goleada por 5 a 1 no Maracanã pavimentou o caminho para a classificação. Na volta, em Campinas, veio a derrota por 1 a 0 (primeira e única na campanha), mas a vaga estava assegurada.
Outra goleada aconteceu diante do Atlético/MG, adversário das quartas: 4 a 1, com show de Renato Abreu, que balançou as redes duas vezes no Maracanã. No jogo de volta, um empate morno por 0 a 0 no Mineirão garantiu a classificação.
O adversário da semifinal era a grande surpresa do torneio, o Ipatinga, comandado por Ney Franco. No jogo de ida, em Minas, o Fla vencia por 1 a 0 (gol de Obina), mas Camanducaia deixou tudo igual no final da partida. Na volta, com Maracanã lotado, veio o susto: o próprio Camanducaia colocou os mineiros na frente. Porém, Marcelinho e Renato fizeram para o rubro-negro, que venceu de virada por 2 a 1 e se classificou para a decisão.
Por conta da Copa do Mundo, houve uma longa pausa no calendário nacional e a decisão só foi disputada dois meses após a semifinal. O adversário foi o Vasco, em uma final histórica: era a primeira vez que um clássico deste tamanho decidia a Copa do Brasil. No banco de reservas, uma mudança: apesar da classificação para a final, Waldemar Lemos deu lugar a Ney Franco, que brilhou com o Ipatinga até a semifinal e acabou eliminado pelo próprio Flamengo.
O jogo de ida foi disputado em 19 de julho, no Maracanã. O placar permaneceu em branco até os 15 da etapa final, quando Renato Augusto cobrou escanteio, a zaga afastou mal e Obina acertou um chute de primeira, no ângulo. No minuto seguinte, Léo Moura cruzou da direita e Luizão subiu mais que a defesa pra cabecear sem chances para Cássio: 2 a 0 e título encaminhado.
Na volta, nova vitória sobre os vascaínos, desta vez por 1 a 0. Aos 27 da primeira etapa, o lateral Juan aproveitou sobra e bateu de primeira da entrada da área, no canto. Estava garantida mais uma conquista nacional, aliviando a pressão pela qual o time passou nos anos anteriores.
O Flamengo jogou a decisão com: Diego, Rodrigo Arroz, Fernando e Renato Silva; Leonardo Moura, Jônatas, Toró (Obina), Renato, Renato Augusto (Peralta) e Juan; Luizão (Léo). Técnico: Ney Franco. Apesar de não trazer grandes lembranças ao Flamengo – especialmente na defesa – foi o time que deu ao Fla sua segunda taça da Copa do Brasil, após as decepções de 2003 e 2004, contra Cruzeiro e Santo André.
2013 – No ritmo de Elias e Brocador
A temporada 2013 também foi de enorme pressão para o rubro-negro. À exemplo de 2006, o clube vinha de uma campanha ruim no Brasileirão do ano anterior, terminando em 11º (além de uma eliminação na primeira fase da Copa Libertadores).
No entanto, a Copa do Brasil foi um ponto fora da curva na temporada – afinal, por muito pouco o Flamengo não caiu para a segunda divisão. De acordo com dados levantados pelo Sites de Apostas, o título de 2013 da Copa foi aquele em que o rubro-negro teve o melhor aproveitamento na competição, vencendo mais de 80% dos pontos disputados.
Ainda sob o comando de Jorginho, o Flamengo passou pelas duas primeiras fases sem grandes sustos, eliminando Remo (1 a 0 e 3 a 0) e Campinense (2 a 1 e 2 a 1). Depois, veio Mano Menezes, que estreou na Copa do Brasil contra o ASA de Arapiraca, e avançou com vitórias por 2 a 1 e 2 a 0.
Apesar do 100% de aproveitamento, o Flamengo ainda estava longe de apresentar um bom futebol. O adversário das oitavas seria o Cruzeiro, grande time do Brasil naquele momento (tanto que foi campeão brasileiro de 2013). Os mineiros venceram por 2 a 1 em Belo Horizonte, tirando a invencibilidade do Fla na competição. Porém, o jogo de volta terminou com triunfo rubro-negro por 1 a 0 no Maracanã, com gol de Elias. Pela regra do gol qualificado fora de casa, o Flamengo avançou as quartas.
A má fase no Brasileirão custou a saída de Mano, e o interino Jayme de Almeida assumiu o comando para o restante da temporada. O adversário das quartas era o Botafogo. Depois de um empate por 1 a 1 na ida, o jogo de volta teve o brilho do artilheiro Hernane Brocador: ele marcou três vezes na goleada por 4 a 0 (Léo Moura também deixou sua marca), e o Flamengo se garantiu na semifinal, contra o Goiás.
Foram duas vitórias diante do Esmeraldino, ambas por 2 a 1. Na ida, em Goiânia, Paulinho e Chicão deixaram suas marcas. Na volta, Hernane levantou o Maracanã mais uma vez, chegando ao sétimo gol na competição. Elias também deixou o dele e o Flamengo avançou rumo a mais uma final, contra outro rubro-negro: o Athletico Paranaense.
A partida de ida foi disputada na Vila Capanema, em Curitiba. Marcelo Cirino abriu o placar para o Furacão aos 18 do primeiro tempo, mas o volante Amaral acertou uma pancada de fora da área no ângulo, aos 30, e definiu o placar final: 1 a 1.
Uma semana depois, no dia 27 de novembro, mais de 68 mil pessoas lotaram o Maracanã para a decisão e viram o Flamengo vencer por 2 a 0, com alta dose de emoção. O primeiro gol saiu só aos 42 do segundo tempo. Após boa jogada de Paulinho, Elias recebeu na área e bateu no contrapé de Weverton. Ainda houve tempo para Hernane Brocador, artilheiro da Copa do Brasil com 8 gols, deixar sua marca em uma linda “puxeta”, após cruzamento de Luiz Antônio.
O time que conquistou o tricampeonato foi a campo com: Felipe; Léo Moura (Gonzalez), Wallace, Samir e André Santos; Amaral, Elias (João Paulo), Carlos Eduardo (Diego Silva) e Luiz Antônio; Paulinho e Hernane. Técnico: Jayme de Almeida.
Será que os comandados de Domènec Torrent conseguem trazer o quarto caneco da competição para a Gávea? Só o tempo dirá…
- By: Fábio Lucas Carvalho
- • 02.09.2020
- Atualizado em 04.09.2020