Ser
Flamengo – Dois jogos e um revés separaram o Flamengo de seu melhor jogo em
toda a temporada. Contra o Joinville, fora de casa, a vitória veio; contra o
Figueirense, uma derrota indigesta no último minuto trouxe a crise à tona
novamente. Mas Joinville e Figueirense viram um aperitivo do que viu o
Internacional, horas atrás no Beira-Rio. Um Flamengo totalmente aplicado
taticamente e mostrando muita raça durante todo o jogo. Porém nada de um jogo
feio com muita marcação e ganho na base do abafa. A estreia de Paolo Guerrero
teve um Flamengo disposto a sair da crise, a qual ainda se encontra, o atacante
peruano contagiando todo o time com sua chegada e fazendo o Flamengo quebrar um
tabu de 13 anos sem vitória ante o Internacional no Beira-Rio em Porto Alegre.
Borges armou o Flamengo num 4-4-2 que, sem a bola, invertia-se para um 4-3-3,
onde Jonas e Cáceres faziam a dupla de volantes e Canteros e Everton, o meio.
Enquanto Paolo Guerrero e Emerson Sheik, a linha de frente. Quando atacado,
Canteros recuava para ajudar Jonas e Cáceres na marcação e liberava Everton
para armar jogadas. Cristóvão que muito peca por decisões precipitadas e
escalações sem ofensividade, ontem surpreendeu. O Internacional simplesmente
não conseguiu se impor. Valdivia e D’Alessandro eram os únicos capazes de
oferecer algum perigo ao gol de César, mas sequer conseguiram furar o forte
bloqueio montado por Cristóvão. O argentino saiu durante o segundo tempo com a
mão lesionada e, do banco de reservas, viu Ernando de esquerda, diminuir o placar
aos 47 minutos do segundo tempo após falha de Jorge.
Cristóvão acertou no esquema tático escolhido, acertando na forma do Flamengo
jogar e fazendo o time quebrar um tabu de 13 anos sem vitória no Beira-Rio,
Paolo Guerrero, estreante da noite, também tinha um tabu particular a derrubar.
Guerrero que já atuou por Hamburgo e Bayern de Munique, ambos da Alemanha, e o
Corinthians(último clube antes de vir ao Flamengo), jamais havia marcado em sua
estreia. Com a camisa do Flamengo, além de ter feito seu primeiro gol esta
noite, foi a primeira vez que Paolo Guerrero marca um gol estreando por um
clube. Eis a força que tem o Flamengo.
veio logo aos 10 minutos do primeiro tempo. Com a jogada começando na direita
com Emerson Sheik em arrancada. Emerson inverteu ao lado esquerdo para Everton,
que dominou e viu Jorge chegando em diagonal. O lateral dominou e já entrou na
área, bateu cruzado, a bola desviou na marcação e subiu. Canteros que estava
perto da pequena área, ajeitou de cabeça para a chegada de Guerrero, que de
sola abriu o placar.
Para falar sobre o Flamengo no restante do jogo, prefiro falar em trabalho e
competência. O segundo gol, que deu a vitória rubro-negra em Porto Alegre, só
saiu aos 20 minutos do segundo tempo. O Flamengo dominava o jogo de forma
categórica e o segundo gol, também da forma como foi feito, serviu como “a
cereja do bolo”, para coroar a bela atuação do time na estreia de seu mais novo
reforço.
Sheik tinha a bola dominada na direita e a tocou para Guerrero dentro da área.
O peruano fez uma inteligentíssima jogada de futsal(puxou a bola com um pé e
tocou com o outro) e, por baixo das pernas do marcador, serviu Everton que
bateu no ângulo, sem chances para Muriel.
Flamengo resolvia o jogo e poderia ter feito mais com Cáceres, Jorge e
Canteros, por exemplo. Mas com certeza, o maior presente que o time se deu e
deu a torcida, para além dos 3 pontos, foi a postura impecável dentro de campo.
Um time que se mostrou compacto, seguro e potente na marcação e competente no
ataque. E nada como a união de seus soldados para dar as boas vindas ao
Guerrero.
@43Germano