O Flamengo foi absolvido no Tribunal de Justiça Desportiva nesta quarta-feira pelos gritos de “time de viado” de parte da torcida. O fato aconteceu na semifinal da Taça Guanabara, diante do Fluminense, partida que o Flamengo venceu por 3 a 2.

O rubro-negro foi absolvido no artigo 243-G, por ato descriminatório. Segundo os auditores, os gritos não podem ser considerados homofóbicos pois não são direcionados a uma pessoa. Apesar disso, o episódio fere os regulamentos gerais da competição. Dessa maneira o Flamengo foi multado em 300 mil reais pelos gritos.

“No meu sentir, para ser aplicado o 243-G, seria necessário haver um ofendido, assim como houve no caso do goleiro Aranha (episódio de racismo). A decisão do julgamento estabeleceu que o artigo 243-G foi afastado. A aplicação do 191 por ter sido desrespeitado o regulamento geral de competições e da Fifa em relação às tratativas entre torcidas e cânticos que podem levar a uma questão social, sexual, racial… A Fifa coíbe isso“, comentou Marcelo Zonermann, presidente da comissão.

Punições poderiam ser maiores

O Flamengo corria o risco de até perder os pontos da partida, ou seja, ser eliminado. Porém pelo ato não ser considerado de homofobia, essa punição mais severa não ocorreu.

Essa foi a primeira punição por atos de homofobia vindos do estádio em um tribunal do Rio de Janeiro. Postura que provavelmente será vista com mais frequência daqui por diante.

Abaixo estão os tweets de Felipe Siqueira explicando os dois artigos nos quais o Flamengo havia sido denunciado.

Artigo 243-G: Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência #gefla #geflu pic.twitter.com/EH4hBx61bp

— Felipe Siqueira (@felipe_siqueira) February 20, 2020