O Flamengo empatou diante do Fortaleza por 0 a 0 no último sábado. Desde então, parte da torcida tem usado suas redes sociais para criticar a atuação do lateral Renê. O jogador não teve atuação considerada ruim, pelo menos em números, mas isso não foi o suficiente para que as críticas não chegassem. Afina, as reclamações fazem sentido?
Eu acredito que em partes. As redes sociais tendem a super dimensionar as coisas, positivamente ou negativamente, e acredito que esse seja o caso. Apesar de Renê não ser um primor técnico, usar seu nome como “escudo” toda vez que o resultado positivo não aparece é muito cômodo. Renê não é o responsável pela falta de criatividade do Flamengo em campo. Renê não tem responsabilidade da partida patética de Everton Ribeiro e Arrascaeta, além da má atuação de Bruno Henrique. O Flamengo não criou no sábado, simplesmente porque suas peças de criação foram nulas.
Porém, apesar da responsabilidade não ser direta, uma característica de Renê impacta o time ofensivamente sim. Sua incapacidade em apoiar.
Dificuldade crônica do meio de campo para frente
Não posso dizer que as descidas de um lateral serão determinantes para o time ofensivamente, porque não serão. Porém elas são úteis como complemento, ou a famosa “válvula de escape”, você já deve ter escutado esse termo. O Flamengo teve por anos Léo Moura e Juan sendo essas “válvulas”, que foram muito efetivas.
Só que com o Renê essa válvula não existe. Enquanto Isla desce em velocidade e chega na ponta em vários momentos, Filipe Luís com boa movimentação e bom passe, consegue ajudar na saída de bola com qualidade, quebrando linhas. A disparidade técnica em relação ao Renê e o que ele consegue fazer com a bola é enorme. Apesar do alto índice de acerto de passes, suas tentativas na maioria esmagadora das vezes, se resume a um passe de lado, ou para trás. Ou seja, passes que pouco produzem no ataque. Já no apoio então Renê é quase nulo. Fez boa jogada para Bruno Henrique no último sábado, mas com exceção desse lance, você se lembra de mais algum, recente?
Enquanto isso, Ramon cansa de distribuir assistências na base, tendo como principal característica a boa chegada na frente. E o Flamengo tem precisado dela.
As críticas exageradas ao Renê são injustas pois ele não é o principal responsável pela criação de jogadas, e ao mesmo tempo, é inegável que ele é burocrático por conta da limitação técnica. O jogador pode ser substituído e respeitado ao mesmo tempo, diferentemente do que se vê nas redes sociais.
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