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Torcedores do Flamengo tirando selfie e mexendo no celular – Foto: Gilvan de Souza |
GOAL:
Por Fernando Martinho
Saudosismo
se confunde com nostalgia, mas não é a mesma coisa. Saudosismo leva a
conclusões sobre o presente com argumentos e juízos de valor que separam o
certo do errado. “Sempre foi assim”, costumam dizer. Sempre foi desde quando se
começou a ser feito, ora.
se confunde com nostalgia, mas não é a mesma coisa. Saudosismo leva a
conclusões sobre o presente com argumentos e juízos de valor que separam o
certo do errado. “Sempre foi assim”, costumam dizer. Sempre foi desde quando se
começou a ser feito, ora.
Selfies,
câmeras ligadas na hora do pênalti, cachecóis, cânticos argentinos, paletas,
cappuccino. Nada disso existia. No entanto, durante muito tempo, crianças,
mulheres, idosos, e “cidadãos de bem” foram excluídos dos estádios.
Durante o final dos anos 80, toda a década de 90 e metade dos 2000, estádio de
futebol era um lugar sujo, escuro, fedido e violento. Sempre foi assim? Não,
antes não era. Torcidas eram mistas, e depois se separaram, por segurança e por
interesse próprio. O torcedor tem o direito de se reunir junto aos seus e se
manifestar como quiser, com bandeiras, faixas, papel picado, ficar em pé, ou
sentado, ou ficar ao lado de um torcedor rival, amigo do trabalho, da rua,
enfim.
câmeras ligadas na hora do pênalti, cachecóis, cânticos argentinos, paletas,
cappuccino. Nada disso existia. No entanto, durante muito tempo, crianças,
mulheres, idosos, e “cidadãos de bem” foram excluídos dos estádios.
Durante o final dos anos 80, toda a década de 90 e metade dos 2000, estádio de
futebol era um lugar sujo, escuro, fedido e violento. Sempre foi assim? Não,
antes não era. Torcidas eram mistas, e depois se separaram, por segurança e por
interesse próprio. O torcedor tem o direito de se reunir junto aos seus e se
manifestar como quiser, com bandeiras, faixas, papel picado, ficar em pé, ou
sentado, ou ficar ao lado de um torcedor rival, amigo do trabalho, da rua,
enfim.
Assim
era o Maracanã. Assim foi. Existia a arquibancada, as cadeiras e a geral. Com a
repaginação para os jogos Pan-Americanos de 2007 e o estádio deixou de ter a
geral, mas conseguia albergar todo mundo. Pobres, ricos, brancos e negros. O
torcedor podia ficar em pé em enormes setores da arquibancada e ter um
“conforto” maior em outros setores, podendo inclusive ficar junto de
torcedores rivais.
era o Maracanã. Assim foi. Existia a arquibancada, as cadeiras e a geral. Com a
repaginação para os jogos Pan-Americanos de 2007 e o estádio deixou de ter a
geral, mas conseguia albergar todo mundo. Pobres, ricos, brancos e negros. O
torcedor podia ficar em pé em enormes setores da arquibancada e ter um
“conforto” maior em outros setores, podendo inclusive ficar junto de
torcedores rivais.
Mas
não haviam selfies. Isso não pertencia ao futebol. Afinal não existiam os
dispositivos móveis e não por serem objetos externos ao futebol. Hoje, o
Maracanã praticamente não difere um setor do outro. Talvez sequer exista
Maracanã, vai saber, mas existe a Ilha do Urubu, o Nilton Santos e São
Januário. E hoje, as pessoas têm smartphones. O saudosismo leva a uma conclusão
míope. Se a pessoa pagou pelo seu ingresso, ela tem direito a usar aquilo que
bem entender. Ela pode tirar foto, filmar, gritar no gol que não viu por estar
filmando o show da torcida. E também pode ficar quieta o jogo todo, não cantar,
e observar cada detalhe tático do time e comemorar contidamente o gol.
não haviam selfies. Isso não pertencia ao futebol. Afinal não existiam os
dispositivos móveis e não por serem objetos externos ao futebol. Hoje, o
Maracanã praticamente não difere um setor do outro. Talvez sequer exista
Maracanã, vai saber, mas existe a Ilha do Urubu, o Nilton Santos e São
Januário. E hoje, as pessoas têm smartphones. O saudosismo leva a uma conclusão
míope. Se a pessoa pagou pelo seu ingresso, ela tem direito a usar aquilo que
bem entender. Ela pode tirar foto, filmar, gritar no gol que não viu por estar
filmando o show da torcida. E também pode ficar quieta o jogo todo, não cantar,
e observar cada detalhe tático do time e comemorar contidamente o gol.
Não
pode existir uma cartilha. A liberdade é colocada em xeque quando julgam como
se deve torcer. Quem quiser tirar selfie, que tire, e se isso afeta na sua
vida, procure um especialista, você está com problemas.
pode existir uma cartilha. A liberdade é colocada em xeque quando julgam como
se deve torcer. Quem quiser tirar selfie, que tire, e se isso afeta na sua
vida, procure um especialista, você está com problemas.