Um Fla inconstante na defesa e ataque, o que esperar do futuro?
- By: Aloizio Pita de Castro Jr
- • 29.11.2020
- Atualizado em 29.11.2020
Rogério Ceni chegou ao Flamengo após passagem turbulenta de Domenec Torrent no comando. Uma das principais necessidades do Flamengo para o restante da temporada era e ainda é numa melhor estrutura de defesa, mais sólida e confiável. Porém, desde que Rogério chegou a coisa ainda não engrenou e o Flamengo sofreu gol todos os jogos com ele no comando.
Falta tempo
Pode parecer clichê, mas de fato, é impossível fugir desse contexto, falta tempo para Rogério. Ele pega um Flamengo desfigurado e tem logo de cara dois jogos de Libertadores e dois de brasileirão em sequência. O tempo para treinar é quase zero e as coisas não saem como esperado.
Escolhas “erradas” no sistema defensivo
Apesar da falta de tempo ser um problema totalmente real para Rogério, a torcida questiona algumas escolhas no sistema defensivo que dificultam ainda mais uma melhora. Ramon que se destacou muito quando entrou, simplesmente não teve mais chances. Para a torcida, o jovem consegue ser bom defensivamente e também no apoio, diferentemente de Renê. Já na zaga, a insistência em Léo Pereira e Gustavo Henrique chamam a atenção negativamente. Ambos colecionam falhas e pegam as vagas de Natan e Noga, que também entraram bem quando tiveram chances.
Possível escolha por “cascudos” em início de trabalho
Rogério pode se justificar das críticas por talvez ter escolhido os jogadores mais experientes para jogar em um momento mais complicado, sem tempo para treinos. Nesse caso, jogadores mais velhos tendem a compreender mais rapidamente movimentos de defesa que os jovens. Mas o fato que se vê em campo é que as coisas não vão tão bem assim. Até porque, a dupla Léo Pereira e Gustavo Henrique é jovem.
Semana livre, cobranças tendem a aumentar
Finalmente Rogério teve chance de ter tempo e treinar o time. Naturalmente se espera mais, uma equipe compacta e confiável na defesa. Movimentos ofensivos também precisam ser treinados, mas o principal ponto segue sendo a defesa. É inevitável dizer que Rogério será mais questionado a partir dessa semana, diante do Rancing, caso evoluções não sejam vistas em campo. Mesmo que ainda não seja em condições totalmente ideais, Rogério teve mais tempo, e ao menos alguma evolução será cobrada. A começar pelas escolhas de jogadores.
Melhor defesa pelo Fortaleza
Não é possível dizer que Rogério não sabe armar um sistema defensivo. Pelo menos não pelo que ele conseguiu desenvolver no Fortaleza, um clube de orçamento reduzido, jogadores limitados e que mesmo assim apresentava futebol ofensivo e ainda sim conseguia ser a equipe menos vazada do Brasileirão até o momento de sua saída. Rogério sabe como fazer, soube com jogadores menos qualificados, porque não no Flamengo?
Tudo isso conta positivamente para ele e para a torcida acreditar em dias melhores.
Mas para isso, um possível “adversário”: os problemas físicos
O Flamengo vive uma sequência de problemas físicos e médicos em seus jogadores que faz com que profissionais destes departamentos sejam questionados. Afinal, o que acontece dentro do clube? Matéria recentemente publicada pelo “O Dia” denunciou que escolhas em ambos os departamentos em 2020 foram feitas a partir de amizades ou por movimentos políticos. Tudo isso respinga na confiabilidade de quem lá está para gerir a parte física e médica do clube, tão elogiada em 2019.
Logo após a entrevista de Tannure na sexta, o Flamengo comunicou “desbalanceamento físico em Gabigol” e novo problema físico com Diego Ribas. Diego e Gabigol não são jogadores com histórico de lesões tão frequente assim, mas em 2020 tudo tem sido diferente. É a terceira vez consecutiva que Gabigol precisa de atenção do departamento médico.
A pergunta que fica é: Até que ponto esses problemas físicos estão prejudicando o rendimento do time em campo?
São muitas perguntas para Rogério e os jogadores buscarem respostas, mas elas precisam vir a partir de terça, diante do Racing pela Libertadores. O Flamengo precisa de uma vitória simples ou o empate de 0 a 0. Já pra o Racing, um empate de mais de dois gols para cada lado ou vitória simples, garante sua classificação. 1 a 1 leva aos pênaltis.
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